10/03/17 11h57

São Bernardo do Campo discute implantação do Parque Tecnológico

Projeto de criação do parque visa fomentar a instalação de empresas na cidade e a geração de empregos; expectativa é facilitar o estabelecimento e proporcionar intercâmbio de tecnologias

DCI

A Prefeitura de São Bernardo do Campo retomou, no final de fevereiro, os encontros para discutir a viabilização de implantar o Parque Tecnológico na cidade. O processo foi iniciado na gestão anterior, mas acabou sendo interrompido.

Participaram do encontro, integrantes do Conselho da Associação do Parque Tecnológico, além de representantes de algumas entidades filantrópicas, de sindicatos e de faculdades. Um dos temas da pauta foi avaliação da busca de parcerias para alavancar a criação e manutenção do empreendimento.

Segundo o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Hiroyuki Minami, as ações para execução do projeto ainda estão em fase preliminar, mas a ideia é realizar o projeto em etapas e ainda neste semestre.

“Vamos ter um parque industrial indoor. É menor, mais compacto, mas vai ter eficiência”, explicou Morando, comparando com o projeto inicial, que foi suspenso, programado para uma área maior e em espaço aberto. “Isso para não ficar só na linha do discurso, é melhor começar num espaço menor.”

Os valores investidos pela Prefeitura e a expectativa de receita não foram mencionados. O prefeito afirma que ainda é muito cedo para formar, em definitivo, o valor destinado ao projeto.

No próximo encontro do grupo, a Prefeitura se comprometeu a apresentar duas áreas para receberem o empreendimento. Uma delas, inclusive, já foi definida: é um imóvel da própria Prefeitura, localizado na Avenida Getúlio Vargas, n° 1.457. O prédio destinado a receber o Parque Tecnológico não está sendo utilizado e não precisa de reformas, além de estar localizada em um bairro nobre, com fácil acesso a ônibus e hospitais.

Indústrias

Segundo Morando, é necessário facilitar a instalação e o estabelecimento de empresas, além do intercâmbio com universidades, visando inovações tecnológicas. “A cidade já tem todas as características de cidade altamente industrializada, e os empresários sempre pedem para ter contato com as universidades. A gente precisa unir isso num único ambiente. Vamos dar oportunidade para que essa porta seja aberta para receber as inovações, transformar isso em negócio”, disse.

Rodízio

No primeiro semestre, a prefeitura prevê adotar um modelo de rodízio para contempla as empresas interessadas em se instalar no local por um tempo determinado, dando lugar a outras e assim sucessivamente. O processo seria subsidiado pelo poder público municipal.

No passo seguinte, a expectativa é de que sejam feitas unidades permanentes para estabelecimento das empresas. O prefeito explica que também é possível realizar discussões para melhorar o modelo após o fim da etapa inicial.

Outra possibilidade é a das empresas se fixarem temporariamente no município, mediante um prazo determinado. Para isso, segundo Morando, o contrato permitiría “cobrar o tempo de estadia”.

Impacto

O Parque, avalia Morando, seria um fator de atração para a chegada de empresas e geração de postos de trabalho. “Além do estímulo para ter novas empresas, quem cria um novo produto, tende a continuar onde o produto nasceu. As pessoas criam vínculos”.

Morando explica que é importante pensar na cidade como um todo, pensar, além de proporcionar emprego para a população, em facilitar o deslocamento dos trabalhadores para esses locais. Para ampliar o Parque, já foram iniciados diálogos com a Universidade Federal do ABC (UFABC), que participa da formatação do projeto, além de outras entidades de ensino privadas, e de algumas empresas do setor automotivo, como a Volkswagen.

Fiscalização

Morando destaca que os esforços de sua gestão são destinados a transformar o poder público em instrumento fomentador, não gerenciador. E que realizou levantamento para avaliar que equipamentos estão subutilizados e pode receber novo uso ou ser aprimorado. “Não quero que o poder público seja o órgão gerenciador, mas que seja um órgão com poder de fiscalização, para cobrar o cumprimento das metas”, afirmou Morando.