Programa do Facebook incentiva startups no país

O Facebook tem a expectativa de ampliar a adesão de empresas brasileiras ao FbStart, programa de aceleração de startups que desenvolvem aplicativos para dispositivos móveis, que conta hoje com 440 participantes do Brasil, de uma base total de 9 mil integrantes em nível global.

Embora não divulgue metas de expansão do número de startups do país, Dário Dal Piaz, diretor de parcerias de produtos do Facebook, revela algumas medidas que foram implementadas para facilitar o acesso de empresas brasileiras e atingir o objetivo de crescimento do programa.

A rede social traduziu para o português o conteúdo da página do FbStart na internet, incluiu novas ferramentas de apoio para construção de aplicativos móveis e promoveu um dia de encontro entre especialistas da indústria, comunidade de startups e desenvolvedores, o "FbStart - Construindo Apps Ainda Melhores", que ocorreu durante a Futurecom.

No Brasil foram criados grupos na internet de desenvolvedores de soluções que integram o chamado ecossistema do FbStart. Dois deles entraram em atividade há cerca de seis meses, nas cidades de Santa Rita do Sapucaí (MG) e Porto Alegre. O terceiro, de São Paulo, começou a funcionar este mês.

Segundo Piaz, o Brasil representa o quarto maior mercado do programa Fbstart do mundo e é o primeiro do ranking na América Latina. Os 440 participantes da iniciativa correspondem a 10% do total de startups brasileiras que atuam na área de mobile. "O potencial de exploração é muito grande", afirma.

O programa oferece orientações, ferramentas e serviços gratuitos de uma rede de parceiros para aumentar as chances de sucesso de aplicativos no mercado. Cada participante recebe o equivalente a US$ 80 mil em ferramentas - até o momento o FbStart transferiu US$ 9,5 bilhões em benefícios em nível mundial. Entretanto, não há contrapartida de uso das ferramentas do Facebook.

Com sessões de conteúdo técnico, de estratégia de marketing e de crescimento, o FbStart na Futurecom permitiu a interação entre startups brasileiras, profissionais do Facebook e parceiros. Novas ferramentas foram apresentadas para acrescentar funcionalidades e melhorar o conteúdo dos aplicativos utilizados em dispositivos móveis, como o FB Analystics.

Trata-se de uma ferramenta de análise de dados, que permite conhecer melhor o perfil dos usuários, identificar os que são mais propensos a continuar utilizando o aplicativo e manter alta a taxa de retenção, que é um grande desafio para as empresas. Segundo Jan Park, da área de parcerias de produtos do Facebook, 77% dos usuários deixam de utilizar o aplicativo uma semana após a sua instalação.

A ferramenta tem recursos que identifica como as pessoas utilizam o aplicativo e os fatores que levam à evasão. Com base nessas informações, as empresas podem disparar campanhas para "reenvolver os usuários que deixaram de utilizar o seu produto", diz Jan. Além disso, é possível desenvolver ações para atrair usuários que sejam menos suscetíveis à evasão, acrescenta.

O evento debateu também as oportunidades no mercado brasileiro para aceleradoras de startups. Para Daniel Ibbri, CEO da Acelera Partner, que já apoiou mais de 70 empresas de base tecnológica, existe um grande potencial para a montagem de empreendimentos digitais no país, apesar do alto de índice de fracassos registrados.

De acordo com o executivo, de cada 100 projetos recebidos, 60 são rejeitados pelos investidores, 15 avaliados com mais profundidade - mas dois terços acabam descartados - e apenas cinco são considerados uma boa oportunidade. "Quanto mais tempo existe no mercado, maior o valor da empresa e, consequentemente, menor o risco de o investidor aportar recursos", observa.

A Startup Farm Brazil, que soma 231 empresas nascentes aceleradas nos últimos cinco anos, anunciou novidades no seu programa de aceleração. A empresa inclui a Visa como parceira e criou o programa Ahead, que tem como objetivo levar as startups da fase inicial até o nível onde apresente produtos funcionando e vendas com crescimento consistente.