06/04/22 11h32

Produção de frango de corte na região de Rio Preto tem ficado mais tecnológica

Tecnologias em ganho de peso, temperatura do ambiente e consumo de água, controladas remotamente pelo celular, ganham espaço na produção de frango de corte

Diário da Região

Produtores estão utilizando mais a tecnologia em granjas da região de Rio Preto para adotar as medidas corretas no manejo das aves, e assim, garantir produtividade e lucratividade do negócio. Com a instalação de sensores nas granjas, a produção de frango pode ser acompanhada pelos avicultores em tempo real pelo celular, e minimizar perdas com o uso de ração ou de água. Segundo especialistas, os prejuízos podem ser menores em até 14% com o recurso das novas tecnologias. 

Fábio Berti instalou em cinco aviários, em Tanabi, tecnologias que impulsionaram a gestão da produção de frango de corte. Os sensores possibilitam rapidez na tomada de decisões. “Uma medida que demoraria dois ou três dias, eu pude ter as informações em tempo real pela internet, e verificar o que poderia melhorar em termos de ração ou de temperatura do aviário.” 

Aquilo que o olho de uma pessoa não consegue verificar com mais frequência, Fábio explica que o sistema, direcionado por um moderno painel de controle do aviário, fica mais visível com os dados fornecidos pelo aplicativo. O produtor diz ainda que evitou a perda de um lote, de 40 mil aves, ao notar que os frangos não estavam ganhando peso, tudo verificado pela tecnologia instalada na granja. 

Na época em que iniciou o projeto para instalar os sensores nas granjas, Fábio investiu cerca de R$ 10 mil, em cada aviário. “Comecei a testar a tecnologia, e no ano passado percebi que os equipamentos iriam contribuir muito no manejo com as aves”. Para o avicultor, além de muitas informações fornecidas, o importante é corrigir possíveis falhas com a condução da granja. 

Olho na água 

Outro ponto que Fábio destaca como fundamental no investimento com os equipamentos é o dado apresentado pelo sistema sobre o consumo de água. Em todo o ciclo do frango de corte, entre 40 e 45 dias, o consumo de água é muito alto. “No final do ciclo, antes do abate, uma ave pode consumir até 800 ml de água por dia. E tendo a tecnologia, há uma avaliação para sabermos se há desperdício na água ou se a ave não está bebendo o suficiente de água.” 

Em Onda Verde, o produtor Renato Gaspar Martins, está satisfeito com o recurso das novas tecnologias implantadas nos dez aviários. “É toda a estrutura de avicultura 4.0 que nos possibilita assertividade na produção de frangos de corte”. A partir do monitoramento de ganho de peso de cada ave, Renato explica que a produtividade é mais eficiente, já que um equipamento acompanha a pesagem diária dos frangos. 

Com a ração controlada, a lucratividade para quem trabalha em integração com as agroindústrias pode ser mais atrativa. “É importante o controle de ração ofertada para o frango e o que está faltando para o ganho de peso. Além disso, o controle da oferta de água e da temperatura do ambiente são fatores importantes para o bem-estar do animal, e as tecnologias nos ajudam neste monitoramento”, afirma. 

Levantamento do Escritório de Defesa Agropecuária (EDR) de Rio Preto aponta que em 24 municípios da regional estão instaladas 197 granjas de frango de corte, com capacidade para o alojamento de 18 milhões de aves. Nestes estabelecimentos avícolas, os produtores, em sua maioria, trabalham em integração com os frigoríficos, sendo responsáveis pelos investimentos, como no melhor desempenho zootécnico das aves. 

Para Murilo Gil, a granja do futuro tem investimento inicial de R$ 2 milhões e um caminho que não tem volta para o produtor que necessita de acompanhar de perto a produção do frango de corte, fazendo o uso de diferentes tecnologias disponíveis no mercado. Em Rio Preto, Murilo produz, anualmente, 360 mil aves que vão para os frigoríficos, equilibrando manejo da produção e técnicas da avicultura 4.0. 

Ele instalou, há três meses, algumas tecnologias que monitoram a granja e que estão conectadas ao celular. “Essas tecnologias nos ajudam muito quanto aos riscos e perdas na granja. E também a ter maior rapidez para decidir sobre o manejo”. 

Com esse controle, todo automatizado, Murilo acredita que uma informação, por exemplo, que alerta sobre os riscos e estão em dispositivos de alarmes, são fundamentais para os avicultores. “São dados que nos orientam, como no caso da temperatura, se um pintinho está passando frio, o que é importante para o desempenho zootécnico da ave, todo esse controle da temperatura”, finaliza. (CC) 

Sensores ajudam a reduzir perdas

Especialista em tecnologia da informação e diretor da empresa Agrisolus, Anderson Nascimento diz que o produtor pode reduzir as perdas após um ano de instalação dos sistemas que monitoram as granjas. Tudo a distância, por aplicativos conectados à internet. “Ao antecipar possíveis problemas, o produtor pode ter uma rentabilidade maior a 14%.” 

O investimento nas granjas modernas, conhecidas como dark house (com luz artificial, totalmente fechadas e sistema de refrigeração) ultrapassa R$1,5 milhão. “São custos altos de produção, como os de ração e com funcionários que levam o avicultor a investir nas tecnologias e a deixar essas pendências financeiras que não fecham a conta”, afirma. 

Segundo Anderson, para aproveitar o potencial tecnológico é preciso que o produtor saiba utilizar corretamente os aplicativos. Ele diz que dispõe de 14 sensores e que instala nos aviários para monitorar o peso, o consumo de água, a temperatura, além de câmeras inteligentes que avaliam o comportamento do animal. 

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/agronegocio/produc-o-de-frango-de-corte-na-regi-o-de-rio-preto-tem-ficado-mais-tecnologica-1.957646