12/07/17 13h32

Institutos Senai de Inovação movimentam R$ 326 milhões no país

Agência CT&I

Os Institutos Senai de Inovação são fábricas de ideias. Desde que começaram a ser implantados, em 2013, já entregaram 103 produtos e processos inovadores e executam 220 propostas, com um volume movimentado de R$ 326 milhões no país. Na lista de produtos desenvolvidos estão: tintas cicatrizantes para veículos e esmaltes de unha; um robô que vive no fundo do mar e de forma autônoma inspeciona dutos de exploração de petróleo; e implantes de titânio personalizados para reconstrução facial feitos com impressoras 3D.

Um dos focos do trabalho dos Institutos Senai de Inovação é desenvolver soluções para inserir o setor produtivo brasileiro na quarta revolução industrial. Na lista de soluções criadas entre julho de 2013 e março deste ano, 37 foram relacionadas à Indústria 4.0 - quando os processos produtivos são permeados por tecnologias digitais ou por mecanismos que ampliem, com inteligência, a produtividade.

Os projetos dentro da Indústria 4.0, também chamada de manufatura avançada, movimentaram R$ 86 milhões em investimento e foram desenvolvidos com empresas de todos os portes. Do total, 18 são grandes, 12 são startups, cinco são médias e duas são pequenas empresas.

Presentes nas cinco regiões do país, os institutos foram implantados próximos a complexos industriais e universitários a fim de facilitar o fluxo de conhecimento científico e tecnológico entre o ambiente acadêmico e o setor produtivo. A ideia é que a rede seja uma ponte entre o meio acadêmico e as necessidades do empresariado nacional. A universidade foi a fonte em que o Senai buscou parte dos talentos de diversos ramos tecnológicos para integrar sua rede de inovação. Dos cerca de 500 colaboradores, 76 são doutores e 108 têm mestrado.

Segundo o secretário substituto de Desenvolvimento Tecnológico e Inovações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jorge Campagnolo, a rede de Institutos Senai de Inovação é peça fundamental na estratégia de impulsionar a inovação no Brasil. "A inovação ocorre nas empresas, mas as instituições de ciência e tecnologia e inovação – como universidades, institutos de pesquisa e especificamente os Institutos Senai de Inovação – têm papel importante na geração de novas tecnologias e na transferência dessas tecnologias às empresas para a implementação de inovações", afirmou.

Iniciativas como a do Senai começam a mudar o panorama de inovação no Brasil, historicamente conhecido por produzir baixo volume de produtos e processos inovadores em comparação com países desenvolvidos. Embora tenha muito a melhorar nesse campo, a relação entre investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) frente às receitas líquidas de vendas da indústria de transformação no Brasil subiu de 0,75%, em 2008, para 0,85%, em 2014, de acordo com nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em dezembro do ano passado.

Na avaliação do secretário do MCTIC, o cenário começa a mudar graças a sementes plantadas por instrumentos legais como a Lei do Bem, a Lei de Informática, e a Lei de Inovação.