27/04/17 14h46

Grupo da USP cria software para mapear e gerenciar destinação do lixo

Programa desenvolvido em São Carlos está sendo testado em Matão e já despertou o interesse de outras prefeituras

G1

Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) promete ajudar os municípios a gerenciar melhor a destinação do lixo.

O software fornece uma série de dados, como horários de descarte e tipos de materiais mais comuns em cada bairro, está sendo testado em Matão e já despertou o interesse de outras prefeituras.

Funcionamento

Dentro de um saco fechado, todo lixo parece igual e a confusão dificulta a separação e o tratamento dos resíduos. Foi pensando nisso que o grupo desenvolveu o programa.

O software desenvolvido pelos pesquisadores ajuda a mapear o lixo. Com ele, é possível descobrir quais são os bairros que mais produzem resíduos e quais são os tipos mais comuns em cada região

"Toda vez que chega um novo caminhão, uma nova quantidade de resíduos, ela é salva no sistema, essas informações são salvas e já podem ser analisadas", explicou Alexandre Maiorano.

"Por exemplo, se for detectado que a população está gastando muito com impressão de papel e está ocorrendo um descarte grande de papel, a gente poderia reduzir isso através de uma campanha", complementou o professor Francisco Louzada, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

Parceria

A primeira cidade a testar a tecnologia é Matão, que fez uma parceria com a USP por meio de uma cooperativa. O programa está sendo usado desde o início do ano e revelou alguns padrões.

"Acabamos descobrindo através do sistema que a quantidade de lixo hospitalar que Matão produz é uma quantidade grande. Dá mais ou menos 400 kg por dia, é maior, proporcionalmente, do que outras cidades com o mesmo porte de Matão", afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Nascimento.

Atualmente, a coleta desse tipo de lixo é feita por uma empresa especializada e o gasto é bem maior do que o da coleta normal. Com a descoberta, a administração espera reduzir os números e gerar economia.

"Hoje, o município está arcando com esse custo, que dá aproximadamente R$ 1 milhão por ano", afirmou o secretário. "Para que esse custo seja também dividido com as entidades privadas que acabam se beneficiando dessa coleta e destinação final do lixo hospitalar".