29/06/17 12h21

Grandes empresas e startups desenvolvem parcerias para alavancar inovação

Diretora do Sebrae defende proatividade de companhias para avançar em competitividade

Pequenas Empresas Grandes Negócios

Em um ambiente de inovações disruptivas, as grandes empresas precisam estar atentas à atuação das startups, que podem representar uma ameaça aos negócios já estabelecidos ou uma oportunidade estratégica de renovação. Essa relação entre startups e grandes empresas foi discutida na manhã desta quarta-feira (28), em um painel realizado no 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. O evento, promovido pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria, debateu durante dois dias os rumos da inovação no Brasil com a presença de especialistas, autoridades e empresários. O painel contou com as participações da diretora técnica do Sebrae,  Heloisa Menezes; do CEO do Instituto de Competitividade Eurasia, Alexander Idrisov; do gerente de P&D da Samsung, Antônio Marcon; do COO da Microsoft Participações, Franklin Luzes Junior, e do diretor executivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Rafael Ribeiro.

Heloisa Menezes lembrou, em sua apresentação, a “Síndrome Kodak”, uma expressão que tem sido usada no mundo corporativo para identificar situações onde grandes empresas já consolidadas são ameaçadas e até mesmo destruídas por pequenos negócios que introduziram inovações capazes de revolucionar o mercado. “As empresas quando crescem e atingem o grau de maturidade precisam estar atentas à necessidade de se reinventarem. Entretanto, é muito comum que executivos de grandes corporações resistam às inovações e não consigam perceber a oportunidade que a associação com pequenos negócios representa”, comentou a diretora do Sebrae. Em contraposição, ela lembrou o exemplo do Facebook, que soube enxergar a inovação a partir dos seus competidores, como Instagram e Whatsapp.

Segundo Heloisa, em um contexto de economia hiperfluida e de competição global, as empresas precisam ser cada vez mais inovadoras e mutáveis e não podem se acomodar com uma expansão linear enquanto outras realizam um crescimento exponencial. Por esse motivo, segundo ela, apoiar o crescimento das startups por meio de parcerias com as grandes empresas tem sido um dos focos de atuação do Sebrae. “Vimos vários exemplos neste Congresso de Inovação que comprovam a importância dessa relação. Esse é um jogo de ganha/ganha, onde as startups podem oferecer agilidade na solução de problemas e as grandes empresas podem proporcionar aos pequenos negócios o ganho de escala, o acesso a recursos, a experiência em gestão e logística”, complementou.

Grandes multinacionais com presença no Brasil, como a Microsoft e a Samsung, trabalham também em parceria com startups e têm atuado para promover a cultura da inovação no país. “Temos uma jornada empreendedora, capacitamos crianças dos seis aos 15 anos com o acesso à tecnologia. Tudo isso gratuito. Doamos também softwares para escolas, visando incentivar professores. Mais de 30 mil pessoas por ano sendo capacitadas”, disse Franklin Luzes Junior, COO da Microsoft.

Para o russo Alexander Idrisov, CEO do Instituto de Competitividade Eurasia, alguns pontos são fundamentais para uma startup dar certo: estratégia, gestão, montagem de equipe e tomada de decisões com celeridade. “É muito importante ser decisivo e enxuto no processo decisório. E a universidade é o melhor recurso para se alinhar com o meio empresarial. Vocês, no Brasil, devem envolver ainda mais essa geração nova. Eles são o futuro”, aconselhou. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Startups (ABS), Rafael Ribeiro, afirmou que as startups já são realidade no país e muitas trabalham em parceria, com intercâmbio entre elas próprias. A associação tem 4,6 mil startups filiadas. “Esse mercado tem crescido muito. É um caminho sem volta”, frisou.