27/10/16 14h52

Demanda atrai investimento em fábricas de módulos ópticos

Valor Econômico

O crescimento da demanda por redes de fibra óptica está atraindo investimentos para a construção de fábricas locais e centros de dados. A Skylane Optics investiu R$ 3 milhões na unidade que inaugurou em Campinas (SP), em 2014. A produção, com nove linhas de produtos, é centrada em módulos ópticos, equipamentos usados em redes que convertem sinais elétricos em pontos de luz, transmitidos via fibra.

Rudinei Santos Carapinheiro, diretor de desenvolvimento de negócios da Skylane Optics do Brasil, diz que a ideia de construir uma planta local começou há quatro anos, quando Philippe Bolle, CEO da companhia belga, visitou o Brasil. “Vimos que o país teria demanda no setor, além de contar com um ambiente acadêmico que nos proporcionaria avanços em pesquisa e desenvolvimento”, afirma.

A brasileira Padtec também fabrica seus equipamentos em Campinas, sede da empresa, desde 2001. Segundo o diretor de negócios Argemiro Sousa, entrega duas linhas de equipamentos, que incluem sistemas para transmissão óptica de alta capacidade (DWDM, da sigla em inglês) e similares submarinos.

Veterana na fabricação local, a Furukawa, de origem japonesa, inaugurou a primeira unidade em Curitiba, em 1977. Depois vieram as plantas de Sorocoba (SP) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Também tem unidades de cabos ópticos em Berazategui, na Argentina, e em Palmira, na Colômbia. 

Além da produção local, as companhias do setor estão bancando infraestruturas de tecnologia da informação (TI) para suportar as redes. A Angola Cables, empresa sediada em Luanda que opera cabos submarinos para a transmissão de dados e voz, anunciou investimentos de cerca de US$ 300 milhões na operação de três projetos no Brasil.

O montante será usado para a construção de um data center de três mil metros quadrados de área na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), e dois cabos submarinos de fibras ópticas. O South Atlantic Cable System (Sacs) será o primeiro cabo a ser instalado no Atlântico Sul, ligando a África à América do Sul. Em construção pela NEC, no Japão, terá cerca de seis mil quilômetros de extensão. Deve começar a operar em 2018.

Já o cabo submarino Monet pretende interligar as cidades de Santos (SP), Fortaleza e Miami, nos Estados Unidos. Além da Angola Cables, reúne investidores como o Google, a operadora Antel, do Uruguai; e a brasileira Algar Telecom. Serão mais de dez mil quilômetros de trajeto, que pode ser finalizado até o final do ano. O início da operação está previsto para 2017.

A empresa de telecomunicações alagoana Aloo Telecom também anunciou uma rede de fibra óptica que liga Fortaleza a Salvador (BA). Com investimentos de R$ 50 milhões, possui 2,1 mil quilômetros de extensão e se conecta ao cabo submarino Monet, para atender cidades como Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL) e Aracaju (SE).

Segundo o CEO Felipe Cansanção, o objetivo é aumentar a velocidade de transmissão de dados e de acesso à internet no Nordeste. Em ritmo de expansão, o plano da companhia é ampliar serviços para outras regiões do país, em dois anos.