04/04/22 12h11

Com aumento nas exportações, indústria de máquinas cresce 8,5% de janeiro para fevereiro

IPESI

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos começou o ano de 2022 com desempenho abaixo do observado em 2021 e também frustrou as expectativas, segundo a Abimaq. Tal avaliação foi feita na divulgação dos resultados de fevereiro, no dia 30 de março, em coletiva de imprensa virtual. Apesar do desempenho menor que o esperado, a entidade mantém a previsão de crescimento de 6% no ano, com incremento de 3% no mercado interno e 15% nas exportações, de acordo com José Velloso, presidente executivo da Abimaq, que trabalha com a projeção de crescimento 0,7% no PIB brasileiro. 

A receita líquida total de R$ 21.836,85 milhões em fevereiro de 2022 é 8,5% maior que a de janeiro, mas 2,9% menor que a do mesmo mês de 2021. No acumulado do primeiro bimestre, o faturamento de R$ 41.967,53 milhões é 3,9% menor que no mesmo período de 2021. 

A receita líquida interna em fevereiro de 2022 no valor de R$ 17.271,62 milhões é 7,5% maior que a de janeiro, mas 5,4% menor que a do mesmo mês de 2021. No acumulado dos dois primeiros meses, a receita de R$ 33.334,35 milhões é 6,1% menor que no mesmo período do ano passado. 

“Os números observados no primeiro bimestre do ano indicam que a desaceleração da atividade industrial, iniciada no último trimestre de 2021, principalmente nos setores ligados ao consumo das famílias, continua impactando negativamente os investimentos produtivos de alguns segmentos. Na análise interanual (1º bimestre em relação ao 1º bimestre de 2021), a queda se deu principalmente nas vendas de máquinas no mercado doméstico (-6,1%). As exportações no mesmo período registraram crescimento de 12,1% em reais. Os investimentos ligados aos setores agrícolas de construção civil continuam em crescimento”, diz o relatório divulgado pela Abimaq. 

EXPORTAÇÕES – As vendas para o mercado externo andam aquecidas. Em fevereiro, as exportações de US$ 878,51 milhões são 22,3% maiores que as de janeiro e 37,8% superiores a do mesmo mês de 2021. No acumulado do primeiro bimestre, as exportações somam US$ 1.596,76 milhões, 31,7% a mais que no mesmo período de 2021. 

“O setor fabricante de máquinas e equipamentos, com tradição exportadora, recuperou, com a desvalorização do real, parte da competitividade anulada pelo “Custo Brasil”, e registrou importante crescimento das suas exportações”, diz o relatório da Abimaq. 

A recente valorização do real frente ao dólar pode prejudicar os planos de exportações. “O câmbio pode atrapalhar as exportações. A valorização do real não estava no radar de ninguém”, afirma Velloso, frisando que ainda é cedo para rever as projeções. 

Em fevereiro de 2022, o único segmento a registrar queda nas exportações, foi o fabricante de bens para infraestrutura e indústria de base (-1,7%). Todos os demais registraram crescimento. Os principais incrementos ocorrerem nos setores de componentes (42,1) e no fabricante de máquinas para agricultura (31%). No acumulado do ano o crescimento foi generalizado. A maior taxa de crescimento ocorreu entre os fabricantes de máquinas para petróleo e energia renovável, mas a maior contribuição veio do setor de máquinas agrícolas, cujas exportações saltaram de US$ 175 milhões para US$ 287 milhões 

(+63%). 

No primeiro bimestre do ano de 2022, ocorreu aumento das exportações na maioria dos países. Em média o aumento para países da América Latina foi de 41,1%, para os Estados Unidos houve incremento de 24,1% e para os países europeus o aumento das exportações foi de 50,5%. No período as exportações para a Rússia continuaram elevadas. Passaram de US$ 22,7 milhões em 2021 para US$ 70,5 milhões em 2022, um aumento de 211%, como reflexo do incremento na comercialização de diversas máquinas para agricultura, para construção civil e outros bens de menor valor. 

IMPORTAÇÕES – O volume de importações de US$1.917,85 milhões em fevereiro é 4,1% maior que a de janeiro e 27,3% acima do mesmo mês de 2021. No bimestre, as importações totalizaram US$ 3.760,48 milhões, 19% acima do mesmo período de 2021. Em média, o Brasil importa cerca de US$ 1,9 bilhão por mês em máquinas e equipamentos. 

O crescimento das importações em fevereiro foi concentrado em poucos segmentos. Houve aquisição de caldeira pelo setor infraestrutura e indústria de base no valor de US$ 174 milhões. Além disso, o setor agrícola apresenta boa performance. A maior parte das atividades (5 de 7) registrou queda na aquisição de máquinas importadas:  petróleo e energia renovável (-37,9%); logística e construção civil (-27,7%); indústria de transformação (-9,4%); e setor fabricante de bens de consumo (-10%). 

CONSUMO APARENTE – Em fevereiro, o consumo aparente somou R$ 28.093,59 milhões, 2,1% acima do observado em janeiro e 2,8% a menos que o verificado em fevereiro do ano passado. No bimestre, totalizou R$ 55.604,39 milhões, 4,1% menos que no mesmo período de 2021. 

No mês de fevereiro de 2022 houve recuperação no nível de utilização da capacidade instalada, com crescimento de 1,6 p.p em relação a janeiro, anulando parte da perda observada no mês anterior. O setor atuou com 79% da sua capacidade instalada no mês. 

A carteira de pedido voltou a registrar queda (-10,7%) após crescimento (8,8%) em janeiro de 2022. Em fevereiro, a carteira atingiu 11,1 semanas. 

A indústria de máquinas e equipamentos fechou o mês de fevereiro de 2022 com 390.479 pessoas empregadas, 0,8% a mais que em janeiro e 10,6% a mais que em fevereiro de 2021. 

fonte: https://ipesi.com.br/com-aumento-nas-exportacoes-industria-de-maquinas-cresce-85-de-janeiro-para-fevereiro/