China e novos mercados puxam a alta na exportação de São José

Dados do governo mostram que país aumentou 1460% seus negócios com a cidade, que se tornou a 3ª maior exportadora do Brasil

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostra que São José dos Campos se tornou a terceira maior cidade exportadora do Brasil, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. E muito dessa alta no ranking é por conta dos negócios feitos com a China e com novos mercados.

Ao todo, a cidade exportou R$ 11,318 bilhões de janeiro a setembro deste mês, com um superávit de R$ 3,811 bilhões. Quem puxa esse valor é o mercado chinês: foram R$ 219 milhões exportados para o país asiático, uma alta de 1460% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para se ter uma ideia, até setembro de 2015 o índice de participação da China nas exportações de São José era de 0,48%. Este ano, nos nove meses, alcançou 6,31%. Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino, mas a participação total caiu: os R$ 2,144 bilhões dos nove primeiros meses de 2015 representavam 68,38% da participação total, contra 59,43% dos R$ 2,069 bilhões deste ano.

Análise. Para o economista Edson Trajano, os valores de exportação para a China são pontuais, por acordos feitos pela Embraer com o país asiático."A economia chinesa também passa por um processo de desaceleração, e estão entrando num quadro de desenvolvimento mais lento", disse.

"Esses dados são impulsionados pelos acordos feitos pela Embraer, mas a possibilidade maior é que os Estados Unidos continuem puxando os valores", afirmou Trajano.

Novos mercados. Além dos chineses, quem ajudou a puxar a alta na balança comercial joseense foram as exportações para o Japão (R$ 154 milhões, uma alta de 409,24%) e para novos mercados, como as Ilhas Virgens Britânicas (R$ 44 milhões, 256% de alta), o Chile (186% de alta a Alemanha (R$ 100 milhões, mas 181,31% a mais) e a Argentina (segundo maior importador, com R$ 273 bilhões e uma alta de 101%.

Taubaté tem R$ 3,1 bilhão de déficit

Enquanto a balança comercial de São José alcançou um superávit, Taubaté ficou com um déficit de R$ 3,109 bilhões -- de janeiro a setembro deste ano, a cidade exportou R$ 1,957 bilhão e importou R$ 5,067 bilhões. Dos três principais destinos exportadores da cidade, apenas a Holanda, terceira colocada, aumentou os valores.

A Argentina, líder das exportações taubateanas, caiu 11,60% de R$ 199 milhões (de janeiro a setembro de 2015) para R$ 176 milhões nos nove primeiros meses deste ano. O México também caiu: de R$ 157 milhões para R$ 141 milhões. Juntos, os dois países representavam 57% de todas as exportações da cidade. Agora, são 52%.

"Taubaté importa muito para os setores eletrônico e automobilística, por isso o gasto. A cidade exporta principalmente para a América Latina, que está com uma economia no ritmo lento", analisou o economista Edson Trajano.