Brics planejam desenvolver tecnologias em computação, energias renováveis e saúde

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul planejam a união de esforços para o desenvolvimento de produtos em temas como computação em nuvem, energias renováveis e tratamento preventivo de saúde. A ideia surgiu do 4º Encontro de Ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação do bloco, realizado em Jaipur, na Índia, que precede a 7ª Cúpula dos Brics, em Goa, no sudoeste indiano, neste sábado (15) e domingo (16).

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, a expectativa é de que o Brasil tenha papel de liderança na cooperação com os membros do Brics. “O que se espera do País é que ele aumente o seu protagonismo em sua atuação junto aos Brics, pela sua experiência, pela força da sua economia e pela sua tradição na área de ciência e tecnologia."

No Encontro de Ministros, a Índia apresentou ao governo brasileiro o programa Parceria em Ciência e Tecnologia para Empreendimentos Específicos (Step, na sigla em inglês). Prata explicou que o MCTIC deve discutir a proposta indiana dentro do governo federal e com outras instituições, como agências de fomento, antes de confirmar o apoio brasileiro. A nova proposta do Departamento de Ciência e Tecnologia da Índia tem como objetivo estender a cooperação multilateral além de objetivos puramente acadêmicos.

“Esses empreendimentos seriam ações concretas, com materialização de produtos, que, embora ainda sem componente industrial, resultariam de esforços coletivos dos países em prol de energias renováveis, computação em nuvem e tratamento de saúde preventiva", explicou o secretário. "Diferentemente de chamadas públicas abertas a projetos em demandas espontâneas, onde os pesquisadores decidem enfrentar problemas diversos, os Brics querem gerar consequências específicas, mais completas."

Investimento e credibilidade

Na 7ª Cúpula dos Brics, o presidente Michel Temer deve se reunir com chefes de Estado e governo dos outros quatro países para mostrar que o Brasil tem oportunidades de investimento e recuperação da credibilidade.

Segundo o porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, serão assinados acordos de cooperação com os países membros do bloco. "Assinaremos acordos em cooperação alfandegária, em pesquisa agrícola, em cooperação ambiental. Será igualmente firmado um memorando para cooperação entre as academias diplomáticas dos cinco países", explicou.