30/08/22 11h52

As frutas cultivadas nos pomares paulistas têm forte influência nos valores da agropecuária

Laranja, limão, banana e uva representam o maior faturamento de vendas no Estado de São Paulo; total do valor de frutas frescas é de R$ 9 bilhões dentro do Valor da Produção Agropecuária Paulista

Diário da Região

As frutas cultivadas nos pomares paulistas têm forte influência nos valores da agropecuária no Estado e representam 14,61% do faturamento com a produção entre as frutas frescas e as de indústria. Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA) apontam que os citros de mesa (laranja, limão e tangerinas) são os que mais contribuem, com valores que somam R$ 4,16 bilhões. Em seguida aparece a banana, com R$ 1,65 bilhão e, em terceiro, a uva de mesa, com R$ 1,18 bilhão. 

No Valor da Produção Agropecuária Paulista (VPAP), estimado em R$ 104,58 bilhões, o total da contribuição das frutas frescas está em torno de R$ 9,05 bilhões. Além disso, quando o faturamento é somado aos valores da laranja e da goiaba de indústria (R$ 6,23 bilhões), a contribuição das frutas é de grande importância para a economia paulista, com resultado de 14,61% deste total, como avalia o responsável pelo estudo, José Augusto Maiorano, diretor do Centro de Cadeia Produtiva da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). 

“A fruticultura é uma das atividades agropecuárias que se destaca por gerar maior valor agregado, como é o caso da uva de mesa. Além dos citros como a laranja e o limão, e da banana, que são muito significativos na produção paulista”, analisa Maiorano. No levantamento, foram avaliadas 15 frutas que mais se destacam nos pomares em 40 regiões de atuação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo. 

Ele diz que o valor estimado da produção de frutas no Estado de São Paulo está acima de R$ 9 bilhões, para o ano de 2020, quando foi realizado o levantamento. “São Paulo, como o grande produtor de frutas cítricas do Brasil, tem na laranja de mesa, no limão, na banana e na uva de mesa as culturas que apresentam faturamento acima de R$ 1,0 bilhão e a laranja de mesa está próxima de R$ 2,0 bilhões de faturamento”. A laranja, conforme Maiorano, é cultivada em praticamente todas as cidades (dos 635 municípios avaliados). 

Laranja no Noroeste 

No Noroeste Paulista, Rio Preto, que possui área de atuação em 24 municípios, possui a laranja de mesa como a principal fruta cultivada, seguida pelo limão e pela tangerina. De acordo com o estudo, o cultivo com a laranja de mesa atingiu valores de produção estimados em R$ 75 milhões, enquanto o limão atingiu R$ 33 milhões, e em terceiro, as tangerinas, com R$ 17 milhões, no ano de 2020. 

Maiorano explica ainda que os citros estão entre os mais cultivados na região de Rio Preto, sendo que foram avaliadas as três principais frutas em todo o Estado. Porém, além das frutas cítricas, a região de Rio Preto somou um total de R$ 145 milhões, com a produção ainda de manga, banana, abacate, abacaxi, goiaba de mesa, melancia e maracujá. “No estado, a regional de Rio Preto está na 18ª posição no ranking da fruticultura”. 

O limão tahiti está para a fruticultura da região de Catanduva como líder da produção paulista, estimada em 42 milhões de caixas (27 quilos) do limão. O valor de produção, de acordo com o estudo da Cati, está avaliado em mais de R$ 1,51 bilhão, sendo ainda uma das frutas in natura mais exportadas pelo estado de São Paulo. 

A região de Catanduva, com 18 municípios, se destaca ainda mais na fruticultura quando comparada com Rio Preto, com número maior de municípios (24 no total), e ainda lidera a produção de limão em todo o Estado. O valor estimado com o limão, em 2020, de acordo com o levantamento, foi de R$ 700 milhões, seguido pelas tangerinas, com valor acima de R$ 44 milhões e da laranja de mesa, com mais de R$ 39 milhões em faturamento nesta regional. 

A fruticultura da região de Catanduva representa a terceira posição do ranking em todo o território paulista, com valor estimado em e R$ 819,69 milhões. Para o engenheiro agrônomo responsável pela regional da Cati de Catanduva, Claudio Giusti de Souza, o limão é a fruta de maior relevância para a região, mesmo com o avanço de doenças como o cancro cítrico e das adversidades climáticas que vêm afetando a produção na região. 

“Os preços da caixa de limão também não tiveram muito bons para os produtores e alguns até erradicaram as plantações, desanimados por uma desvalorização de preços pagos no campo”, afirma Giusti. Outra produção que vem sendo bastante afetada pela doença do greening é a tangerina. Segundo o agrônomo, todos os citros têm o problema com o greening, mas a produção de tangerina tem as maiores perdas com a doença. (CC) 

Na produção de uva de mesa - pomares de uva comum e de finas - a região de Jales está na terceira posição de todo o estado de São Paulo (a primeira é a região de Itapetininga e a segunda, de Campinas). No estudo realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), o estado produziu 245 mil toneladas de uvas de mesa, com valor de produção estimado em R$ 1,18 bilhão.

Conhecida como principal polo da viticultura do Noroeste Paulista e composta por 22 municípios na região de Jales, a produção de uva totalizou 21 mil toneladas em 2020. São cultivadas por produtores da região uvas de variedades comum, como a niagara, e as finas, como a itália, núbia e vitória, entre outras. 

O engenheiro agrônomo da Cati de Jales Gilberto Pelinson observa que a uva é cultivada em 320 mil hectares dos 22 municípios de Jales, sendo uma fruta que agrega valor pelo custo do quilo pago ao produtor. “No município de Jales, especificamente, houve uma diminuição de área nos últimos anos, mas em Palmeira d’Oeste, a produção de uva teve uma expansão”, pontua. 

Ele avalia também que a importância da uva é ainda o destaque para a região de Jales, ponderando que a diversificação agrícola (plantio de outras frutas) traz mais oportunidades para a rentabilidade dos produtores no campo. 

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/agronegocio/as-frutas-cultivadas-nos-pomares-paulistas-tem-forte-influencia-nos-valores-da-agropecuaria-1.999496