ABC registra melhora no índice de confiança na indústria
Repórter DiárioA indústria de transformação do ABC, especialmente do setor automobilístico, mais uma vez apresenta sinais de reação e aponta dados importantes que podem contribuir para a retomada da economia. Sondagem do quadrimestre deste ano feita pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, divulgada ao RD, revela que o índice de confiança do empresário industrial na região atingiu 59,6 pontos em abril (em escala de 0 a 100).
O indicativo, também chamado de índice de fusão, é analisado como positivo apesar de ter ficado seis pontos abaixo dos dados divulgados no final de fevereiro, referentes ao último trimestre do ano passado, quando atingiu 65,6 pontos, superando os números do Estado (59,6) e do Brasil (58,5).
“Essa melhora contribuiu para a retomada e se deu principalmente pela participação do setor automobilístico bastante importante para a região. Tem um peso direto bastante significativo e com relação a própria cadeia”, analisa o coordenador do Observatório, Sandro Maskio.
Para se ter uma ideia do momento atual, há dois anos, em abril de 2016, o índice de confiança da região era de 29,2, ou seja, 30,4 inferior ao atual.
Outro ponto favorável do estudo se refere a intenção de realização de investimentos por parte do empresariado. Isso porque até o terceiro trimestre de 2017 era negativo para a região. “A resposta do último trimestre do ano passado para os primeiros três meses desse ano no setor industrial é positiva, o que a gente não observava pelo menos desde 2015”, diz Maskio.
O setor industrial também se destacou com o grau de utilização da capacidade instalada que teve registro de 59% em meados do ano passado, mas atingiu 63% ao final do terceiro trimestre de 2017.
PIB
Os dados do Observatório Econômico contribuem para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no País, que cresceu 1,2% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2017. É o melhor desempenho nos três primeiros meses desde o primeiro trimestre de 2014.
Responsável por cerca de 23,2% do PIB regional, o setor da indústria da transformação local continua reagindo e deixa para trás o fim do ciclo recessivo, após três anos consecutivos de sucessivas quedas.
Na avaliação do docente, a recente paralisação dos caminhoneiros, iniciada em 11 de maio, e que se estendeu por 11 dias consecutivos, terá reflexo quando os resultados do segundo trimestre do PIB forem divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Acho que a gente vai sentir. Mas sazonalmente, olhando o ano como um todo, o primeiro trimestre é mais lento. O que dá muito arranque no processo produtivo da economia são o segundo e terceiro trimestre”, diz.