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Testes virtuais ganham espaço dos protótipos

Valor Econômico - 12/01/2007

Para agilizar o desenvolvimento de produtos, indústrias de diferentes portes estão reduzindo o uso dos tradicionais protótipos na hora de avaliar suas criações. Em seu lugar estão ganhando espaço softwares de simulação virtual que permitem medir a resistência dos produtos sem que eles saiam do papel, ou melhor, da tela. Esta tecnologia, usada inicialmente pela Nasa há 40 anos, está se tornando mais popular entre as indústrias à medida que os preços dos softwares caem. Um dos motivos para a popularização da tecnologia de desenvolvimento virtual é a redução dos preços. Segundo a MSC Software, empresa americana que atua neste segmento desde 1963, uma licença de seu software custa de US$ 25 mil a 30 mil, valor quase quatro vezes menor que há 20 anos. "O aumento da concorrência e do número de encomendas levou a esta queda", afirma o diretor executivo da MSC para América Latina, Paulo Sauer.  A primeira empresa nacional a usar esta tecnologia foi a Embraer, segundo o executivo, que é ex-funcionário da brasileira e acompanhou a implantação da tecnologia. O primeiro avião desenvolvido desta forma foi o caça AMX, em 1981. Em seguida vieram o Brasília e toda a família de jatos comerciais, como os modelos 145, 170 e 190.  No início, eram necessários computadores enormes para processar o programa. Hoje a Embraer conta com um Centro de Realidade Virtual, fundado em 2000 na fábrica em São José dos Campos (SP), onde é possível visualizar as aeronaves em três dimensões. Paulo Sauer estima que o tempo de desenvolvimento de aviões caiu de cinco para três anos nos últimos 20 anos. Ele destaca que muitos testes com protótipos não podem ser dispensados por questões de segurança. Com faturamento de US$ 280 milhões em todo o mundo, a MSC está instalada no Brasil há dez anos. Há outros fornecedores nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Para garantir o crescimento dos negócios, a companhia pretende tornar seus softwares mais acessíveis a clientes de menor porte.