29/09/17 14h08

Startups do agronegócio vão produzir mais com menos recursos naturais

Conheça empresas de tecnologia que estão contribuindo para o crescimento da agricultura e da pecuária do país

Época Negócios

O futuro das áreas de alimentação e saúde foram debatidos no Innovators Summit 2017, evento sobre inovação e tecnologia realizado em São Paulo. Nesta quarta-feira (27/9), executivos de duas empresas que oferecem soluções para agricultura, falaram sobre os desafios do setor e a importância das startups nacionais no mercado internacional.

“O Brasil é um laboratório de testes para o mundo. Nossas fazendas são maiores e, consequentemente, mais desafiadoras. Isso nos coloca pela primeira vez em uma posição de liderança na corrida tecnológica”, afirma Luiz Tângari, fundador da Strider, empresa que oferece soluções em gestão, monitoramento de pragas e geolocalização para aumentar a produtividade das lavouras.

De acordo com o executivo, o cenário tem ajudado as startups brasileiras de agricultura a conquistar o mercado internacional. A Strider, por exemplo, oferece seus produtos para produtores rurais do Brasil, Estados Unidos México, Bolívia e Austrália.

Quem também vem surfando nessa onda é a Agrosmart, empresa que criou uma plataforma digital para aumentar a produtividade e otimizar o uso de recursos nas plantações, o que rendeu à empresa um convite para um programa de transferência de tecnologia com a Nasa, a Agência Espacial Americana.

Para os executivos, a principal missão das empresas de tecnologia é ajudar os agricultores a produzir cada vez mais alimentos usando menos recursos naturais. “A irrigação será fundamental nesse processo. Hoje só irrigamos 20% das plantações, mas os alimentos produzidos com essa tecnologia já correspondem a 40% de tudo o que é produzido. Precisamos aumentar a área irrigada”, afirma Pizzi.

É o que também pensa o fundador da Strider. “Quando falamos de irrigação, falamos de água e energia. Temos uma grande escassez de insumos, restrição de uso de água e os produtos estão ficando cada vez mais caros. O desafio da agricultura é produzir mais usando menos recursos”.

Medicina de precisão

Os tratatamentos do futuro também foram assunto no Innovators Summit. Patrícia Cristina Baleeiro Beltrão, cofundadora da startup Tismoo, afirmou que a medicina de precisão é o futuro da area da saúde. “Somos indivíduos únicos. Nenhum cérebro é igual ao outro. Quando tivermos tecnologia para tratar cada indivíduo de acordo com suas particularidades, os tratamentos serão mais eficientes e baratos”, diz a especialista, que tem mestrado em virologia e doutorado em biologia molecular.

A empresa é especializada em análises genéticas que têm o objetivo de criar terapias personalizadas para pessoas com autismo e transtornos neurológicos.

Patrícia explica que esse tipo de tratamento poderia, por exemplo, melhorar a condição de pessoas com doenças cardíacas. “A medicina de precisão começou olhando para isso. Se você sabe que um indivíduo tem uma tendência para ter alguma doença, você desenvolve algo que possa retardar o aparecimento desse quadro clínico. Assim, você aumenta a qualidade de vida do paciente e sua longevidade”.

Segundo a especialista, grandes indústrias já começam a olhar com atenção para esse tipo de tratamento. "As empresas de saúde e indústrias farmacêuticas também devem se adaptar a esse cenário", diz Patrícia.