20/03/07 14h56

Para mercado, próximo passo pode ser formação de um pólo petroquímico no Sudeste

O Estado de S. Paulo - 20/03/2007

O setor petroquímico brasileiro começa a ganhar um novo desenho a partir do acordo fechado entre Petrobrás, Braskem e Ultra com a Ipiranga, acionista do pólo produtivo no Sul, um dos três no País. A definição do negócio deverá facilitar novas consolidações de empresas e uma das cogitadas pelo mercado é a formação de um Pólo do Sudeste, com ativos dos Grupos Suzano e Unipar. Segundo especialistas, o aumento da presença da Petrobrás e da Braskem na Petroquímica do Sul (o Ultra ficou com a distribuição) dará mais ímpeto de expansão ao negócio, já que a Ipiranga tinha menos fôlego financeiro e o controle era dividido entre cinco famílias. Para especialistas, a nova onda de consolidações pode se desdobrar com a formação do Pólo do Sudeste. A parceria da Braskem com a Petrobrás e o Ultra indica, segundo um analista, maior aproximação das três empresas, o que pode concretizar uma sociedade para projetos, como o investimento de US$ 8,5 bilhões na construção do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj). São sócios o Grupo Ultra (dono do projeto), a Petrobrás e o BNDES. Um quarto parceiro já vem sendo estudado. O negócio com a Ipiranga ainda reforça a presença da Petrobrás em um segmento do qual se afastou nos anos 90. Neste governo, decidiu fortalecer sua influência e anunciou vários projetos, como um complexo em Itaboraí (RJ) e unidades de produção de resina em São Paulo, Minas e Pernambuco. O negócio recém-anunciado no Sul reforça essa diretriz. A aglutinação de empresas de menor porte em grandes grupos é uma tendência global, em busca de musculatura financeira e ganhos de escala indispensáveis para fazer frente à competição internacional. Estimativas do BNDES dão conta de que serão necessários investimentos de US$ 12 bilhões em petroquímica no Brasil até 2013.