27/10/14 14h00

Nova unidade da Braspress terá aporte de R$ 250 milhões

Valor Econômico

A empresa de logística Braspress fechou a compra de um terreno de R$ 150 milhões da Viação Itapemirim na região metropolitana de São Paulo. O negócio é o primeiro passo do projeto de instalação de uma nova unidade em São Paulo. O local vai receber investimentos de mais R$ 100 milhões para reforma e compra de máquinas e equipamentos. O plano é que o novo terminal comece a operar a partir de fevereiro de 2016.

O imóvel, de 190 mil m2, fica em Guarulhos e vai abrigar o novo terminal de cargas da companhia. O atual, no bairro da Vila Guilherme, dentro da capital paulista, será desativado, mas não vendido. Pode ser alugado a outra empresa ou se transformado em um hotel do próprio grupo, informou o fundador e presidente da Braspress, Urubatan Helou.

Segundo a empresa, o investimento terá R$ 150 milhões de recursos próprios. Sobre os outros R$ 100 milhões, a companhia pretende negociar com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo Helou, a demanda por logística no país justifica o desembolso. "Se tudo ficar muito ruim no país, seremos [no máximo] a nona economia do mundo. Isso já é ótimo", acredita.

A companhia registrou R$ 696 milhões de receita líquida em 2013. De acordo com o anuário Valor 1000, a empresa figura entre as dez melhores do setor de transporte e logística em alguns indicadores. Em um deles, sobre liquidez corrente (ativo circulante sobre passivo circulante), está na primeira posição. Seu lucro líquido foi de R$ 11,9 milhões no ano passado.

Com 37 anos, a companhia foi fundada por Helou, que já trabalhava em outra empresa de logística - a Transfilm, que, entre os primeiros clientes, atendeu a Companhia Siderúrgica Mannesmann e a construtora Mendes Júnior. "Tinha 26 anos quando comecei. Na Braspress, iniciamos fazendo entregas urbanas com uma Kombi e um caminhão [ Ford ] F-350", diz.

 Com dificuldades nos anos 80, a companhia conseguiu se fortalecer a partir de 1994 com a estabilização da economia do país. "Fizemos uma reestruturação, fechamos algumas operações e quando veio o Plano Real, não tivemos mais nenhum problema", afirma.

Hoje, o guarda-chuva do grupo tem seis empresas (de logística e aluguel de equipamentos). Entre elas, a Aeropress, voltada a movimentação de cargas por aviões (nos porões das aeronaves de outras companhias aéreas), tem o maior potencial de crescimento, diz o presidente.

Mas o carro-chefe continua sendo a Braspress, de transporte rodoviário. Ela gera quase toda a receita do grupo. Há ainda a Braspress Logística, voltada a armazenagem e gestão de estoque de empresas - esta, mais recente, foi inaugurada em 2012. A Viação Itapemirim não foi encontrada para comentar a venda do terreno à Braspress.