Microcrédito disponível pelo BPP chega a R$ 2,5 mi por ano

Apesar da agência do Banco do Povo Paulista (BPP) em Jundiaí oferecer R$ 2,5 milhões em microcréditos por ano, o valor nunca foi utilizado no total em cerca de 20 anos de atendimento no município. Porém, quem solicita o empréstimo com juros que chegam a 0,35% por mês diz que a burocracia é mínima e o valor é adequado para iniciar um negócio.

Nos últimos anos, o BPP tem trabalhado no sentido de melhorar a divulgação dos créditos disponíveis nos mais de 500 municípios que contam com atendimento deste programa do governo do Estado. Em Jundiaí, o diretor do Departamento de Fomento ao Comércio e Serviços, Julio Cesar Durante, informa que há um trabalho integrado junto ao Sebrae e Fundo Social de Solidariedade (Funss).

“Jundiaí possui uma característica industrial de grande porte e foge um pouco do perfil de nossos clientes, mas estamos intensificando nosso trabalho para ampliar o acesso ao microcrédito para o setor produtivo, que possui faturamento de até R$ 360 mil por ano”, informa.

O microcrédito do BPP está disponível para pessoas físicas, jurídicas e para cooperativas, com valores que podem chegar até R$ 25 mil por operação, porém a política de fidelidade do banco é gradativa. No primeiro empréstimo, por exemplo, o valor médio é de R$ 3 mil.

Entre janeiro e junho deste ano, a agência de Jundiaí realizou 42 operações, totalizando R$ 245.942,69 em microcrédito. O valor é 6,7% menor do que o mesmo período do ano passado, que realizou 49 operações, totalizando R$ 263.839,14. “O cenário econômico do País contribuiu para esse desaceleramento”, diz.

Realizando sonhos

Durante seis meses, o motoboy Paulo Vitor Marchesin, 23 anos, e a namorada Aniele Caroline Viana, 24 anos, planejaram abrir um restaurante no Jardim São Camilo. Marchesin visualizou a oportunidade de oferecer uma boa comida através da sogra Dierley Aparecida Viana, a Dona Didi, 52 anos, que é conhecida entre as comunidades São Francisco e São Camilo como ‘uma cozinheira de mão cheia’.

Marchesin procurou o Sebrae para garantir a viabilidade do negócio e lá conheceu o programa de microcrédito do BPP, onde conseguiu o crédito de R$ 5 mil para aquisição de equipamentos para a cozinha. No início do mês, eles inauguraram o empreendimento que fornece marmitex para toda a cidade. “Continuo trabalhando como motoboy à noite e de dia faço as entregas das nossas marmitex. Estamos indo muito bem”, comemora.

A ex-auxiliar administrativa Sandra Regina de Lima, 43 anos, largou o emprego há 30 dias para realizar o sonho de adolescente: trabalhar por conta própria como artesã.

Ela procurou o BPP onde conseguiu o crédito de R$ 3 mil, que foi suficiente para comprar uma bordadeira e uma impressora e começar o negócio em seu próprio apartamento, onde nomeou como Artes da Alice. O próximo passo dela será formalizar o negócio através do programa Microemprendedor Individual (MEI), onde posteriormente poderá conseguir um crédito maior. “Em breve voltarei para fazer um novo financiamento como MEI.”

No quarto da artesã, onde estão seus equipamentos, a produção já está a todo vapor e ela mostra com orgulho a primeira peça que conseguiu vender: um body com bordados em homenagem ao Dia dos Pais. “Faço costura direcionada para o artesanato”, explica.