Latam terá novo hangar em Guarulhos

A Latam Brasil anunciou ontem, em encontro com o presidente Michel Temer, em Brasília, investimento de R$ 130 milhões no aeroporto de Guarulhos (SP), para construção de um novo centro de manutenção. O hangar será usado para fazer checagem e manutenção leve de todos os modelos de aviões da empresa.

O investimento será feito pelo sistema "build to suit". Ou seja, uma construtora, a ser definida, vai entregar o projeto sob medida à Latam, fazendo aportes em troca de um contrato de longo prazo de locação.

O projeto foi apresentado a Temer pela vice-presidente sênior de clientes do Grupo Latam Airlines, Claudia Sender, e pelo diretor-presidente da Latam Airlines Brasil, Jerome Cadier.

A Latam realiza atualmente a maior parte da manutenção em São Carlos, no interior de São Paulo, especialmente os processos pesados e mais complexos. Agora, a companhia quer ganhar eficiência com a possibilidade de fazer manutenções mais simples no aeroporto de Guarulhos, onde a companhia tem o mais importante centro de conexões de voos (hub) no país, além de operações de cargas.

Também estavam no encontro com Temer quatro executivos da American Airlines, a maior companhia aérea dos Estados Unidos, que em setembro último também anunciou investimentos em Guarulhos. A aérea americana vai gastar US$ 100 milhões de dólares em um centro de manutenção que ficará pronto em 2018.

Os executivos da American Airlines - Art Torno, vice-presidente sênior da aérea dos Estados Unidos; Robert Wirick, diretor para regulação internacional; Dilson Verçosa, diretor da American Airlines no Brasil, e Joel Velasco, sócio-diretor da Albright Stonebridge - e os líderes da Latam defenderam junto a Temer a ratificação, pelo Brasil, do acordo de "céus abertos" com os Estados Unidos.

Este acordo vai permitir que empresas aéreas dos dois países possam criar rotas entre Estados Unidos e Brasil de forma livre, sem restrições de quantidade de voos, frequências ou destinos atendidos. O acordo foi assinado em 2011 e vem sendo implementado por etapas.

A Latam Brasil e a American Airlines têm um acordo operacional por meio do qual as duas aéreas poderão operar de forma conjunta voos entre Brasil e Estados Unidos, dividindo despesas e receitas entre elas nas rotas entre os dois países - o chamado Joint Business Agreement. O contrato foi assinado em janeiro de 2016, mas não foi implementado porque aguarda aprovação de órgãos reguladores dos governos.

No Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já deu sinal verde para o negócio. Mas nos Estados Unidos, a aprovação só virá se o governo brasileiro ratificar o acordo de "céus abertos".

Para plena efetivação, esse acordo precisa ser ratificado pelo Congresso e pelo Executivo. Ele chegou a entrar na pauta do Legislativo Federal neste semestre, mas foi retirado da agenda por falta de consenso entre parlamentares. Entre as empresas também há divergências.

Enquanto Latam e Gol defendem o acordo, Azul e Avianca preferem a manutenção das regras atuais, segundo as quais existe um teto de voos para empresas americanas e brasileiras.

A Latam afirma que os acordos de "céus abertos" entre os dois países vai ampliar a conectividade do Brasil com o mundo, atraindo mais investimentos e oportunidades de negócios.