31/07/17 15h00

Fintechs ganham espaço para negócios

Valor Econômico

Um novo 'hub' de fintechs acaba de ser lançado com a proposta de distinguir-se dos espaços de coworking já existentes, como o Cubo do Itaú. Além do fato de as fintechs selecionadas receberem aporte de investidores, a House of Fintechs (HoF) faz questão de destacar que não está ligada a nenhum conglomerado financeiro. O objetivo é gerar negócios e ser referência para as fintechs da América Latina.

Para isso, a HoF lança, no próximo dia 10 de agosto, uma rodada de captação investimentos para a formação de um fundo que servirá para a realização de aportes de US$ 300 mil a US$ 1 milhão nas dez e 20 startups financeiras, a serem selecionadas a cada seis meses.

À frente da empreitada, estão os empreendedores e investidores Rodrigo Mendes, CEO da HoF; Claudio Kawasaki, diretor de relação com investidores; Caue Fernandes, COO; Victor Colucci, CMO; e Tiago Bispo, responsável pelo relacionamento com as startups.

Localizada na Avenida Paulista, empresa é um 'hub' voltado especificamente para a indústria financeira

"Percebemos a necessidade de altos executivos, principalmente do mercado financeiro, e até de investidores institucionais que queriam investir no segmento de fintechs e não conseguiam. Estamos oferecendo, inicialmente, cotas a partir de US$ 100 mil para pessoas físicas", explica Kawasaki. Ele esclarece que, como há a possibilidade de alcançar investidores institucionais, o fundo terá de estar mais estruturado numa segunda etapa.

"O fundo está desenhado para, quando estiver no tamanho adequado, se tornar um fundo CVM com administrador e custodiante. Tudo vai depender do tipo de investidor que teremos. Se for mais pessoa física, se manterá como pré-fundo por mais tempo. O plano é manter a captação pelo período que vamos fazer investimentos. Vamos captar e investir durante cinco anos e ter mais cinco anos de maturação", acrescenta Kawasaki.

Ele esclarece que todo investimento a ser feito nas fintechs terá o cuidado de não afetar a capacidade de a empresa atrair novos investidores, pois as startups terão outras rodadas de investimentos.

O ideal é que a participação não ultrapasse os 30%. "Quanto mais co-participação se puder fazer será melhor para a empresa, pois haverá mais investidores interessados em que a empresa dê certo. Já estamos em negociação com vários fundos de venture capital."

Rodrigo Mendes, CEO da HoF, explica que a empresa é um hub de negócios com espaço físico, voltado especificamente para a indústria financeira. Localizado na Avenida Paulista, a empresa visa a reunir, em um único espaço, empresas que atuem com serviços financeiros complementares. Além disso, o hub conta com uma rede de parceiros que inclui a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintech), a consultoria de informação FintechLab, além de assessorias jurídica, tributária e contábil.

"Estamos costurando uma parceria com uma grande consultoria. O desenho foi feito para dar suporte às fintechs para que elas cresçam muito mais rápido do que fora do hub", diz Mendes.

Outro destaque da HoF é exibir uma rede de mentores pesos pesados da área de inovação. São eles: Sandro Almeida (Via Varejo), Thierry Soret (Banco Volkswagen e Toyota), Renato Pasqualin (Banco ABC), Ricardo Moraes (Rico), Marcos Pedote (Banco GM), João Caritá (Santana Financeira) e Marcelo Bradaschia (Clay Innovation).

Os mentores também atuarão como investidores "big anjo", aportando capital no fundo, em contas acima do valor tradicional de um investimento-anjo.

"O modelo de negócios é baseado no fato de que vamos aportar entre US$ 300 mil a US$ 1 milhão para as empresas, mas de forma que elas recebam não apenas o dinheiro, mas o que a gente chama no nosso ecossistema de "smart money". O recurso é atrelado à ajuda de executivos de grandes instituições financeiras", diz Kawasaki.