13/07/17 13h49

Einstein vai investir R$ 2,5 bi em cinco anos

Valor Econômico

Sob nova gestão desde janeiro, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vai investir R$ 2,4 bilhões nos próximos cinco anos. Os maiores investimentos serão destinados à faculdade de medicina, que ganhará uma nova unidade com aporte de R$ 600 milhões, e à expansão do atual prédio hospitalar que demandará recursos de R$ 430 milhões.

"Nosso desafio num planejamento de cinco anos é manter a sustentabilidade do setor diante dos elevados custos na saúde e decidir sobre projetos que podem ser obsoletos quando colocados em prática ou em poucos anos. Um exemplo é o novo edifício garagem. Estamos analisando sua viabilidade porque as pessoas estão mudando seus hábitos em relação ao carro", disse Sidney Klajner, novo presidente do Hospital Albert Einstein.

Com 49 anos de idade, Klajner está no Einstein desde 1995, quando se formou como cirurgião do aparelho digestivo. Nos últimos seis anos, ocupou a vice-presidência do hospital e vinha sendo preparado para substituir Claudio Lottenberg, que presidiu o Einstein por 16 anos. Atualmente, Lottenberg é presidente da UnitedHealth Brazil, dona da Amil, e lidera o conselho do hospital, onde tem uma sala em frente ao escritório de Klajner.

Questionado sobre as iniciativas do Einstein para que o setor de saúde seja sustentável economicamente, Klajner citou diversos projetos de redução de custos. O mais recente é uma unidade de média e baixa complexidades, inaugurada em abril, que remunera as operadoras de planos de saúde de acordo com a doença, ou seja, há um preço fixo estabelecido por tratamento. Hoje, o modelo vigente e alvo de críticas é o da conta médica aberta. "Devemos abrir pelo menos mais duas outras unidades de média e baixa complexidades, mas com foco em prevenção", disse o médico. Hoje, o Einstein tem oito unidades em São Paulo.

Com a grande demanda pelo curso de medicina, lançado em 2015 e cuja concorrência é de cerca de 150 candidatos por vaga, o Hospital Albert Eisntein tem planos de abrir outras graduações na área de saúde, como biomedicina e fisioterapia. Atualmente, a instituição tem graduações de medicina e enfermagem e vários cursos de pós-graduação.

As obras para a faculdade começam já no fim deste ano e devem ser concluídas daqui a três anos. O novo campus ficará ao lado do hospital, no Morumbi, em São Paulo, num terreno doado pela família do empresário Abram Szajman.

A expansão do atual prédio do hospital, inaugurado em 2006, começa a ser discutida no próximo ano. A ideia é expandir o centro cirúrgico, a UTI e o pronto-atendimento. "Postergamos a expansão por causa da crise, mas também porque conseguimos maior eficiência com adoção de melhores práticas de gestão de leitos. Com isso, conseguimos mais 97 leitos de internação", afirmou. Entre essas práticas está a liberação mais rápida dos quartos de internação. Isso é possível porque há cinco anos o tempo médio em que o paciente ficava no hospital era de cinco dias e atualmente é de 3,4 dias, além disso, a higienização de um leito era feita em duas horas e agora requer 40 minutos.

O hospital também vai investir entre R$ 65 milhões e R$ 70 milhões na construção de uma central de processamento de exames médicos a ser erguida na Rodovia Raposo Tavares. Hoje, essa central fica dentro do hospital, que usará esse espaço para outras atividades. "O planejamento de cinco anos envolve ainda investimentos em tecnologia, procedimentos médicos e ações voltadas para qualidade do atendimento do hospital."

No ano passado, o Hospital Albert Einstein registrou uma receita líquida de R$ 2,5 bilhões, o que representa uma alta de 11,2% quando comparado a 2015. O superávit aumentou 15,2% para R$ 258,8 milhões. O Albert Einstein faz parte do grupo de hospitais filantrópicos de excelência que têm isenções de impostos em troca de projetos médicos determinados pelo Ministério da Saúde.