Deutsche busca parcerias em energia e infraestrutura

Em fase de reposicionamento no país e buscando parcerias de longo prazo com empresas alemãs instaladas em território brasileiro, o Deutsche Bank espera participar do mercado de funding de projetos de energia e infraestrutura.

Em passagem por São Paulo, o executivo Rainer Bender, diretor de cobertura bancária corporativa do banco alemão, demonstrou conhecimento sobre oportunidades de concessões públicas e privatizações e afirmou que o Deutsche Bank poderá entrar em projetos que tenham equilíbrio financeiro e econômico.

"Há vários projetos de energia e infraestrutura [para receber funding]. É preciso encontrar modelos sustentáveis e investidores e parceiros financeiros baseados numa relação de longo prazo", diz Bender, acrescentando que o apoio financeiro da instituição a grandes empreendimentos no país precisa estar alinhado com as diretrizes globais do banco e sua capacidade em nível local, além de atender às regras estabelecidas pelos órgãos reguladores do país.

Bender conta que detectou "sentimento positivo" de empresários alemães em relação às perspectivas econômicas do Brasil, sobretudo após as eleições do ano que vem. Segundo ele, os projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) atrairão investidores. "Alguns projetos dependem mais de estrutura de governo, então podem ficar para após as eleições. Mas se tiver abertura de mercados agora com as concessões e privatizações haverá interesse."

O executivo alemão cita o bom momento dos aportes estrangeiros no país, que somam US$ 51,8 bilhões de janeiro a setembro deste ano, alta de 11,2% em relação ao mesmo período de 2016. "Os investimentos estrangeiros têm crescido muito recentemente. Os chineses estão se movimentando em infraestrutura. Se o país está se abrindo sempre haverá interesse de vários investidores, afinal o Brasil é a sétima ou oitava maior economia do mundo em termos de PIB. Trata-se de um mercado importante para empresas alemães e globais", acrescenta Bender.

A área econômica do Deutsche Bank no Brasil trabalha com projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% neste ano e 2,6% em 2018. Na visão do banco alemão, os investimentos s terão o quarto ano de queda (-1,4%) em 2017, com recuperação prevista apenas no ano que vem, quando deverão apontar alta de 2,5%.

Bender pondera, entretanto, que consultas informais com clientes alemães no país indicam retomada. Ele cita melhora recente de toda cadeia produtiva do setor automobilístico, onde a presença alemã é muito forte. Atualmente o Brasil abriga cerca de 1,5 mil subsidiárias de empresas da Alemanha.