04/07/17 14h36

Continental fará ESC em Várzea Paulista

Unidade já testa sistemas avançados de frenagem e estabilidade

Automotive Business

Já está em planejamento e execução na Alemanha a nova linha de produção de sistema eletrônico de estabilidade que será instalada pela Continental na sua fábrica de Várzea Paulista (SP), a pouco mais de 30 km de São Paulo. Sem revelar o valor do investimento, a empresa confirmou a fabricação nacional do ESC (Electronic Stability Control) a partir de 2019, um ano antes do início da obrigatoriedade legal da instalação do equipamento em todos os novos projetos de veículos no Brasil – só em 2022 será obrigatório para todos os modelos vendidos no País.

A Continental também não revela quem são os clientes já confirmados para o ESC que será produzido em sua unidade brasileira de sistemas de freios, mas a empresa fornece o equipamento globalmente para diversos fabricantes de veículos leves. No Brasil, por exemplo, Ford e FCA (Fiat Chrysler Automobiles) já usam o ESC da Continental importado, que é instalado como opcional ou mesmo de série em versões mais caras de carros produzidos aqui. Até agora, só a Bosch produz localmente o ESC, que chama de ESP (Electronic Stability Program) como sua marca registrada.

A fábrica de Várzea Paulista, que iniciou suas atividades em 1969 ainda como Teves, concentra todas as atividades de produção e desenvolvimento de sistemas de frenagem da Continental na América do Sul. A unidade já tem espaço reservado para a instalação dos equipamentos de produção de ESC, bem ao lado da atual linha de ABS – sistema antitravamento de rodas que se tornou obrigatório em todos os veículos no Brasil desde 2014 e assim motivou a empresa a produzi-lo localmente.

 

ESC NA TRILHA DO ABS

O ESC da Continental segue aqui caminho parecido com o trilhado antes pelo ABS, que teve sua linha de produção em Várzea Paulista inaugurada em abril de 2013 (leia aqui), também alguns meses antes da obrigatoriedade legal do item de segurança para todos os veículos no País. Com investimento divulgado à época de R$ 30 milhões e capacidade para montar até 900 mil módulos por ano, a linha de ABS foi importada da Alemanha após ser desativada lá, onde começou a operar em 2005, mas continua moderna e bem mantida, com 40 estações de montagem completamente automatizadas e duas manuais, operadas por apenas cinco empregados – que hoje trabalham em apenas um turno devido à retração do mercado nacional.

A unidade de ESC será zero-quilômetro, está sendo montada sob medida para a operação brasileira da Continental. Como o ESC também agrega as funções de antitravamento de rodas, com o passar de alguns anos deverá substituir integralmente a linha de ABS na fábrica – como já vem acontecendo em países onde o controle eletrônico de estabilidade é obrigatório. O ESC é mais complexo porque controla mais funções, o que será produzido em Várzea Paulista tem 51 peças, contra 33 do ABS em produção atualmente. Com exceção da caixa de alumínio do módulo, todos os componentes do ABS são importados. A Continental tem intenção de desenvolver mais fornecedores locais para o ESC.