25/07/17 13h51

Arrecadação federal em Bauru é melhor que a do Estado e a do País

A variação do recolhimento de impostos na região é maior tanto no acumulado dos últimos 12 meses quanto de janeiro a junho deste ano

JC Net

Dados divulgados pela Receita Federal dão conta de que o percentual de alta na arrecadação de tributos entre 2016 e 2017, na região de Bauru, supera a do Estado de São Paulo e também o restante do País. Segundo economistas, a facilidade das empresas bauruenses em se "ajustarem" à crise econômica alavancou essa variação.

Para se ter ideia, de janeiro a junho deste ano, a região de Bauru arrecadou R$ 1.143.898.578,00 em tributos federais, um aumento de 6,65% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Estado de São Paulo apresentou uma elevação de 4,07% e o País, de 4,08%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a região de Bauru arrecadou R$ 2.257.837.431,00 em tributos federais, um aumento de 6,72% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Estado apresentou uma elevação de 3,85% e o País, de 2,13%.

Logo, tanto no acumulado deste ano quanto no dos últimos 12 meses, a região de Bauru teve uma variação maior do que o Estado e a União (veja no quadro ao lado).

TRÊS ÍNDICES

Delegado adjunto da Delegacia da Receita Federal em Bauru, Luiz Anézio explica que três índices contribuíram para que a região se destacasse em nível estadual e federal: Imposto de Renda (IR) Total, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Programa Integração Social (PIS).

Em relação ao IR, Anézio revela que a arrecadação do tributo teve uma alta de 13%, de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016, e de 15%, nos últimos 12 meses, se comparado com o mesmo período do ano anterior.

"O destaque vai para as grandes empresas, que passaram a pagar mais impostos, ou melhor, tiveram um lucro maior em ambos os períodos", observa.

Já o Cofins, diretamente relacionado ao faturamento das empresas em geral, teve uma alta de 6,5%, de janeiro a junho deste ano, e de 6%, nos últimos 12 meses.

O PIS, também relacionado ao faturamento das empresas em geral, teve um aumento de 7%, de janeiro a junho deste ano, e de 4,5%, nos últimos 12 meses.

LUCRO MAIOR

O economista Reinaldo Cafeo recebeu a notícia do aumento da arrecadação federal com surpresa, porque o País inteiro passa por uma fase de recessão.

Cafeo acredita que a região se destaca porque 90% das empresas bauruenses são familiares e essa característica influencia positivamente em sua gestão. "Geralmente, o próprio dono do negócio controla os problemas de custos, ou seja, a maior proximidade do gestor leva à sobrevivência diante da crise", argumenta.

Segundo o economista, outros fatores também podem ter influenciado esse crescimento na lucratividade das empresas, como o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert). Instituída em maio deste ano pelo governo federal, a iniciativa visa auxiliar os contribuintes a quitarem as dívidas com o Fisco.

Cafeo não descarta a influência do agronegócio. Embora pouco expressivo em Bauru, o setor vem se recuperando em toda a região, formada por 45 municípios.