28/10/14 13h41

Abimed quer acelerar inovação na área de saúde

Com faturamento de cerca de R$ 20 bilhões em 2013, a indústria brasileira de produtos para a saúde, que engloba desde grandes equipamentos usados em hospitais e laboratórios a agulhas e suturas, quer acelerar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, para acompanhar o crescimento da demanda e manter o ritmo de expansão média de dois dígitos verificada nos últimos dez anos.

A estratégia, porém, esbarra em gargalos, entre os quais a demora para as tecnologias sejam aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que as novas tecnologias serem incorporadas à saúde pública e pelas operadoras suplementares, pouca interação entre indústria e universidades, dificuldades para realização de pesquisas clínicas e o conhecido custo Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed).

Com vistas a debater a inovação e meios para eliminar gargalos, a entidade, que reúne cerca de 170 empresas, lança na quinta-feira a campanha "Acelerando a Inovação no Brasil". "Para crescer mais, a indústria tem de privilegiar a inovação", afirma o presidente da Abimed, Carlos Alberto Goulart.

Entre as iniciativas propostas estão a ampliação da participação do setor nas discussões de políticas industriais de produtos para a saúde, aproximação com sociedades médicas e consolidação de um canal de comunicação com a Agência Nacional de Saúde (ANS) para discussões conjuntas.

Segundo Goulart, muitas vezes, o prazo de registro de uma nova tecnologia no país supera o rápido ciclo de renovação que é próprio de tecnologias mais avançadas, reduzindo o acesso da população a novos produtos. "Algumas tecnologias de ponta não chegam ao serviço público, por exemplo, por causa da demora na aprovação e incorporação pelo SUS [Sistema Único de Saúde]", comenta.

Na última década, o aumento da renda do brasileiro impulsionou os negócios da indústria ao ampliar ao acesso a tratamentos médicos e exames. Porém, há ainda demanda reprimida por produtos para a saúde, conforme Goulart. "Nos últimos dez ou 12 anos, a indústria cresceu em média dois dígitos ao ano. E para crescer mais, vai ter de adotar novas estratégias, com foco em inovação", reitera.

Para 2014, a previsão é a de crescimento de 7% a 8% no faturamento do setor, em razão do cenário macroeconômico mais complicado e das taxas de expansão significativas nos últimos anos, que elevaram a base de comparação. A estimativa é a de que mais de 10 mil empresas participem desse mercado no país e não existe um cálculo do valor total investido por essas empresas em inovação, "por se tratar de estratégia de cada empresa".