25/05/17 14h51

99 recebe aporte de US$ 100 milhões

Valor Econômico

A brasileira 99 recebeu um aporte de US$ 100 milhões do grupo japonês Softbank. O valor complementa sua rodada de captação séries C, na qual a empresa já tinha levantado US$ 100 milhões com a chinesa Didi Chuxing e o fundo americano Riverwood Capital.

A fatia total adquirida não foi revelada e a transação precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A rodada de US$ 200 milhões é a maior já feita em uma startup na América Latina, superando os US$ 170 milhões levantados pela Netshoes, em 2014.

O acordo com os japoneses foi fechado em Tóquio, na semana passada, depois de uma reunião com o fundador e executivo-chefe do conglomerado nipônico, Masayoshi Son. A aproximação entre as empresas se deu por meio da Didi. No começo do mês, a Softbank contribuiu com US$ 5 bilhões dos US$ 5,5 bilhões captados pelo aplicativo chinês em sua mais recente rodada de investimento. A 99 ainda tem como sócios os fundos Monashees, Qualcomm Ventures e Tiger Global, que tiveram suas fatias diluídas com a operação.

De acordo com André Florence, diretor financeiro da 99, os recursos levantados com os três sócios serão usados para expandir o serviço de transporte privado do aplicativo, o 99 Pop, concorrente do Uber. A ideia é que a modalidade, disponível hoje em São Paulo, Santos e no Rio, esteja em 25 cidades do país até o fim do ano. "O crescimento é muito acelerado. Hoje, 55% das corridas feitas com o 99 são no Pop", disse o executivo. Segundo ele, os pedidos de táxi também crescem, mas em um ritmo mais lento. Criada em 2012 como 99 Táxis, a empresa tem 200 mil motoristas e mais de 14 milhões de usuários registrados.

Segundo Florence, a 99 pretende multiplicar por cinco o seu quadro de funcionários até o fim do ano, chegando a um total de mil pessoas. A estimativa é que a receita bruta passe de US$ 30 milhões.

No começo de abril, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que inviabiliza o transporte privado de passageiros feito por aplicativos como 99, Uber, Cabify e Easy. Para Matheus Moraes, diretor de políticas e comunicação da 99, o Senado deve modificar o projeto. "O texto base era bom, mas as emendas criaram uma confusão. Estamos confiantes de que o Senado fará as modificações", disse. A avaliação do assunto ainda deve demorar algum tempo, frente à crise política enfrentada pelo governo Temer.